Artesanato pasteurizado

Estou de férias em Recife e fui visitar, hoje, a Casa de Cultura no Bairro de Santo Antônio. A proposta é interessante: uma feira de artesanato no prédio de uma antiga cadeia da cidade. Mas me decepcionei. As lojinhas eram todas muito parecidas só tinham artesanato-souvinier. Boné e camiseta de Recife, chaveiro, imã de geladeira. Onde se escondeu a arte autêntica da região? A diversidade e riqueza da cultura permambuquense sucumbiu aos artigos de R$ 1 ou 3 por R$ 10. É o típico consumismo de turista que lota de tranqueira a mala e depois distribuiu as lembrancinha entre a família. “Estive em Recife e lembrei de você”. Como podia ter estado em Manaus, Bonito ou Gramado.

Uma das lojinhas de artesanato da Casa de Cultura

Uma das lojinhas de artesanato da Casa de Cultura

Cadê os folhetos de cordel, os mamulengos, as rendas, as cerâmicas, os chapéus e sandálias de couro? O artesanato tem que carregar os traços culturais únicos e marcantes de seu local de origem. Só assim ele faz sentido. Quando preserva as características exclusivas daquele povo, o fazer transmitido de mãe para filho, e se utiliza das matérias-primas e das mãos de sua terra. 

Uma outra lojinha, muito parecida com todas as suas vizinhas

Uma outra lojinha, muito parecida com todas as suas vizinhas

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2 Respostas to “Artesanato pasteurizado”

  1. Rhaul Peixoto Says:

    A casa da cultura realmente não condiz com a proposta do nome. Mas a dica pra quem quer conhecer realmente a “cultura” daqui de Recife é visitar o mercado de São José. Ali sim, é encontrado o artesanato de verdade.

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